A ex-presidente participaria de uma caminhada junto com Marília Arraes, em Olinda, no próximo sábado
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) gravou um longo vídeo em que elogia a candidata a governadora de Pernambuco, Marília Arraes (SD), e pede votos para sua eleição. A petista, que viria para uma caminhada em Olinda, no próximo sábado (22), cancelou a agenda.
A peça ainda deverá ser divulgada nas redes sociais da postulante. Nos bastidores, segundo publicação do Blog de Jamildo, o motivo da desistência seria a resistência de Marília Arraes em ter sua imagem atrelada à ex-presidente, que tem um alto índice de rejeição e poderia despertar o antipetismo na campanha. A direção estadual do PT chegou a se reunir para tentar resolver o impasse.
Se de um lado, alegam que Marília Arraes teria batido o pé e se negado a participar da caminhada, que reuniria diversas agremiações carnavalescas, em um trajeto seguido pela Praça do Carmo, Rua Prudente de Morais, Quatro Cantos, sendo finalizada no Largo do Amparo. Por outro lado, fontes afirmam que também foi levado em consideração o fato de a candidata estar grávida de seis meses e a agenda ser considerada extensa até pela geografia do local.
O deputado federal Carlos Veras (PT) rebate qualquer tipo de mal estar sobre a visita de Dilma a Pernambuco. “O que houve foi um problema na agenda nacional, de conciliar as atividades. Nós estamos falando de uma ex-presidente da República, a vinda dela requer uma logística de segurança e estrutura, não depende só da nossa vontade”, explicou o parlamentar.
O presidente estadual do PT, Doriel Barros, reconheceu que houve uma precipitação do partido em divulgar o evento – a publicação referente a caminhada com Dilma e Marília já foi removida das redes sociais.
“Realmente não tivemos o mesmo cuidado como na visita do ex-presidente em julho, quando muitas datas foram divulgadas, mas só anunciamos quando houve a confirmação. Mas, não há irritação com a campanha de Marília como querem fazer parecer ter, isso é uma coisa absurda. O que ocorreu foi uma incompatibilidade com as agendas”, disse o dirigente.
Durante a campanha do primeiro turno, Marília Arraes e aliados fizeram questão de rememorar que o PSB e o seu então candidato a governador Danilo Cabral, teriam votado a favor do impeachment da presidente Dilma, em 2016. No entanto, a leitura que estaria sendo feita agora é que a vinda de Dilma Rousseff poderia não agregar eleitoralmente, correndo o risco inclusive de gerar embates com o movimento antipetista.
Diferentemente do peso de ter o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (14), ao seu lado, pelas ruas do Recife. No entanto, Carlos Veras reforça que Marília Arraes e a ex-presidente mantém uma relação próxima de amizade e respeito. “Em 2018, quando Marília Arraes foi candidata a deputada federal ela havia recebido o apoio de Dilma, assim como em 2016, Dilma teve o apoio de Marília também”, destacou Veras.